O mês de outubro de 2008 deixou marcas em toda a sociedade. Foram 100 horas que eletrizaram todo o país e que terminaram em tragédia. Em um conjunto habitacional de Santo André/SP, o acusado, Lindemberg Alves, manteve sua ex-namorada, Eloá Pimentel, e a amiga dela, Nayara, como reféns, no apartamento da família da vítima. O acusado assassinou Eloá quando a polícia invadiu o local. Ela tinha apenas 15 anos. Nayara, que também estava sob a mira do revólver, levou um tiro no rosto.

Hoje, é o terceiro dia do julgamento, e a sentença deve sair após a escuta de 15 testemunhas indicadas pela defesa e pela acusação. A pena mínima defendida pela promotora Daniela Hashimoto é de 50 anos. Mas como já está preso há 3 anos, Lindemberg ficará na cadeia por mais 27 anos, já que o limite de tempo na prisão não permite a mantença do mesmo.

O julgamento deve terminar nesta quarta-feira. A advogada de Lindemberg, Ana Lúcia Saad, tenta convencer o Júri de que a invasão policial provocou a tragédia.

E, enquanto o julgamento prossegue, questiona-se: a polícia, hoje, está mais preparada para negociar com sequestradores? Jornalistas devem se manter afastados em casos como esses, que atraem a atenção do público?

Qualidade na ação da polícia e os limites do trabalho da imprensa

Durante as horas em que Lindemberg manteve Eloá e Nayara no apartamento, a mídia acompanhou e veiculou todos os momentos, em tempo integral. Alguns profissionais chegaram a conversar com o acusado por telefone, que, tomado pela vaidade, impediu qualquer tratativa que visasse a libertação das adolescentes.

Sob o foco das câmeras de TV, a polícia cometeu erros, que podem ter ajudado a estender o drama. O maior deles foi ter permitido que a amiga da vítima retornasse ao apartamento, para possíveis negociações, sem a proteção adequada.

Confira, na Seção Multimídia do site, o debate entre Luiza Eluf (Procuradora de Justiça de São Paulo) e Valmir Salaro (repórter), exibido pela Globo News (Programa "Entre Aspas"). Gostaria de enviar opiniões ou teses sobre o tema, fazendo parte do nosso quadro de colaboradores? Entre em contato com a nossa Redação através do e-mail adv@coad.com.br e conheça a nossa política de publicação. Aguardamos suas ideias.

FONTE: Equipe Técnica ADV